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No Brasil, a cada segundo, uma empresa sofre tentativa de ataque hacker, afirma estudo

As empresas dizem que fazem investimentos em tecnologia, mas isso não quer dizer que estejam investindo na segurança dos dados.
Tempo de leitura: 4 minutos
Profissionais de cybersegurança

Nestes últimos meses, ouvimos falar de dezenas de casos de ataques hacker do tipo ransonware, onde os criminosos invadem o sistema de uma empresa para “sequestrar” os dados e pedir um resgate em dinheiro. E no Brasil, a incidência desses casos está cada vez maior - pelo menos é isso o que afirma um estudo da consultoria alemã Roland Berger. 

De acordo com a pesquisa, a cada um segundo uma empresa é vítima de tentativa de ataque hacker no Brasil. São milhares de tentativas, que colocam o país no 4º lugar entre aqueles com maior volume de ataques de ransomware. Para se ter uma ideia, o Brasil ocupava a 9ª posição em 2020, tendo mostrado uma rápida escalada no ranking global que reflete o aumento de cibercrimes por aqui.

Mundialmente, os números de ataques dobraram. Já em território brasileiro, o crescimento foi de nove vezes, conforme os dados da Roland Berger. Se estima que haja pelo menos 17 grupos hackers atuando no país, o que garante a nossa liderança neste tipo de criminalidade na América Latina.

O responsável pelo estudo e sócio diretor da Roland Berger para a área de indústria e tecnologia, Marcus Ayres, afirma que "qualquer empresa de porte e com fluxo de caixa considerável é hoje alvo de ransomware".

Causas

Especialistas concordam em uma coisa: a maior parte das invasões ocorrem por conta de falhas humanas dentro da própria  empresa. Hackers muitas vezes conseguem acesso ao sistema após um usuário entrar em um link malicioso (que constitui outro cibercrime, conhecido como phishing), o que expõe toda a segurança da rede interna.

Para evitar este tipo de prejuízo, as empresas precisam investir em segurança digital e garantir que os seus funcionários consigam diferenciar um site confiável de um malicioso. Mesmo a nível individual, uma das medidas mais importantes para evitar se tornar vítima de um crime cibernético é visitando plataformas conhecidas por serem seguras, e o site ‘confiável.com’ auxilia nessa tarefa ao listar serviços digitais idôneos a partir de avaliações de críticos e consumidores.

Além de evitar o phishing, as empresas precisam investir em tecnologias que identifiquem pontos fracos e erros no sistema para então corrigi-los.

Casos de destaque

O ransomware não é o ataque que mais causa prejuízos financeiros às empresas, pois acaba prejudicando mais a sua reputação. Além disso, esta modalidade de crime está ganhando cada vez mais proporção, o que se reflete em seus custos globais: a projeção para este ano é que empresas do mundo todo gastem cerca de US$ 20 bilhões, e em 2031 estima-se que o valor atinja US$ 265 bilhões. Por aqui, um caso recente foi o das Americanas, que perdeu acesso aos seus canais digitais por quatro dias após um ataque hacker. O prejuízo resultante para a empresa deve ter chegado à casa dos R$ 250 milhões.

Ainda em 2021, a os sites, aplicativos e tokens de atendimento da Renner ficaram indisponíveis aos clientes por cerca de 2 dias; a CVC, operadora de turismo, teve a sua segurança comprometida quando o site da empresa e a central de atendimento ficaram fora do ar. Em junho, a rede de laboratórios Fleury também foi vítima de um ransomware, e os clientes ficaram sem acesso a agendamentos e resultados de exames.

O coordenador do curso de cibersegurança da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Álvaro Martins, afirma que as tecnologias de segurança de dados não acompanharam a transformação digital intensa destes últimos dois anos - já o crime organizado vem refinando as suas técnicas e ferramentas incessantemente. 

"As empresas dizem que fazem investimentos em tecnologia, mas isso não quer dizer que estejam investindo na segurança dos dados", afirma Martins, enfatizando que isso acaba expondo as marcas a riscos gigantescos.

 Casos como o da varejista Americanas também danificam a confiança dos consumidores na marca, o que é difícil de ganhar de volta. Segundo Eduardo Tomiya, da TM20 Branding, os ransomware focam no e-commerce, mas também atingem o desempenho do comércio físico.

"Esses ataques hackers prejudicam bastante a imagem das empresas, o que é algo muito difícil de ser revertido depois de uma crise de vazamento de dados, por exemplo", afirma.

 

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Author: MundoZ! Tecnologia
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